sexta-feira, 26 de junho de 2009

Perfume: The Story of a Murderer


Há algum tempo queria ver o filme Perfume: The Story of a Murderer (2006). Não tive a oportunidade de ler o livro de Patrick Suskind - que foi um grande sucesso alguns anos atrás - mas sempre ouvi falar bem dele; o filme também havia rendido algumas boas críticas. Quando soube que o diretor era Tom Tykwer, fiquei ainda mais empolgado: seu Lola rennt ("Corra, Lola, Corra") é um dos melhores filmes da (coalhada de filmes bons) nova safra de cinema alemão. Algum dia desses vou rever esse filme, e passo uma resenha para vocês, mas hoje vou falar sobre Perfume, que foi exibido no Telecine Cult esta semana.


Jean-Baptiste Grenouille é o homem com o olfato mais apurado em todo o mundo. Ironicamente, nasce em meio a um mercado de peixe em Paris no século XVIII, com odores fétidos o cercando por todos os lados; esta cena inicial é impressionante, talvez apenas superada pelo momento em que ele percebe que os cheiros são efêmeros e por sua "execução" em praça pública (não descrevo em mais detalhes estas cenas para evitar spoilers). O narrador em off (o sempre ótimo John Hurt, imprimindo um clima de "conto-de-fadas" à história) indica que aquele bebê quase-natimorto somente sobrevive por uma escolha da vontade, sendo que os cheiros o estimularam a não se deixar morrer.


Em sua adolescência, Grenouille (agora já interpretado com frieza pelo bom e pouco conhecido Ben Whishaw) vai trabalhar num curtume, um dos lugares mais mal-cheirosos que pode haver. Mas é neste trabalho que tem a oportunidade de conhecer o mestre perfumeiro Baldini (Dustin Hoffman, um pouco caricato demais, em minha opinião) e tem o rumo de sua vida alterado drasticamente.


O que mais me impressionou foi a idéia de uma moralidade baseada no olfato. Acho até que vou escrever um post mais longo sobre o tema, mas só para dar uma palhinha: Grenouille busca compilar todos os odores do mundo, este é seu objetivo inicial. Ele deseja que nunca mais se perca um cheiro. Seu desejo é capturar, manter, preservar a essência das coisas para sempre. Dada esta premissa, todos seus atos que o levem mais próximo a seu objetivo são considerados (ao menos por ele) como bons. Até mesmo matar...


Posteriormente, ele percebe que seu objetivo de vida deve ser criar o perfume mais perfeito do mundo: ele deseja capturar a essência do Belo. Pode haver objetivo mais moral que este? Mesmo que para atingi-lo seja necessário perseguir e matar pessoas inocentes? Vou desenvolver essas idéias um pouco mais em um post mais extenso, em breve.


Encerrando, o final do filme parece ser assunto controverso. Sem cair em (mais) spoilers, acho mesmo que deixou a desejar; o ritmo surrealista que vinha sendo impresso pelo clímax é rompido com um anticlímax talvez desnecessário. Ainda assim, para quem gosta de notas, lá vai uma: 7,5.

2 comentários:

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